sábado, 18 de dezembro de 2010

Como fotografar relâmpagos?

As primeiras fotografias de relâmpagos foram obtidas durante a década de 1880. Elas revelaram um alargamento do canal quando fortes ventos estavam presentes e permitiram visualizar individualmente as descargas de retorno, quando a câmara era movida mantendo-se o obturador aberto. Após mais de um século, fotografar relâmpagos ainda pode ser muito excitante, principalmente devido a seu caracter não reproduzível. Fotografar relâmpagos requer paciência e alguma experiência. Não existem garantias que você consiga uma boa foto em pouco tempo, e mesmo após ter conseguido, que consiga outras freqüentemente. Contudo, se você for persistente, você terá sucesso. Entretanto, esta atividade pode ser extremamente perigosa se adequadas regras de proteção não forem seguidas (ver regras de proteção pessoal na pagina Proteção Contra Relâmpagos).
        A informação abaixo é o resultado da experiência e não do conhecimento formal no assunto. Todas as fotos foram tiradas em São José dos Campos, São Paulo nos últimos anos.
        De modo a tirar fotos de relâmpagos, você precisa ter uma câmara com controle do tempo de exposição e um tripé. Se o obturador é aberto eletronicamente, carregue consigo pilhas extras. O uso freqüente de longos tempos de exposição rapidamente consome as pilhas. O melhor filme para ser usado é ASA 100 ou menor. Quanto menor a velocidade do filme, maior o tempo de exposição que pode ser usado. Todas as fotos nesta homepage foram tiradas com filme ASA 100. O uso deste filme tem as vantagens de ser mais econômico e mais fácil de ser encontrado. Não esqueça de sempre ter filmes extras. Nada é mais frustrante que não ter filmes durante uma tempestade.
        Com respeito aos ajustes da câmara, sempre use o foco no infinito. Use de preferência comprimentos focais entre 35 e 80 mm. Comprimentos focais de 200 ou mesmo 300 mm permitem tirar fotos de relâmpagos distantes, porem em geral a qualidade da imagem não é tão boa. Para fotos noturnas, use abertura f/11 ou menor. Quanto menor este numero, maior é a abertura. Para fotos diurnas, use valores próximos a f/22. Para controlar o tempo de exposição, você pode usar um cabo ao invés de tocar diretamente na câmara, de modo a minimizar movimentos da câmara, embora não seja essencial.
        Em adição a estes detalhes técnicos, você precisa adquirir uma certa prática que só é conseguida com a experiência. Entretanto, alguns conselhos podem ser úteis para atingir-se esta experiência mais rapidamente.
        Escolha um bom local. Isto pode ser bastante difícil. Tente encontrar locais livres de linhas de energia elétrica, postes ou outros objetos que possam obstruir a visão do céu. Se for noite, evite que outras luzes tais como faróis de carro ou luzes da rua possam aparecer na foto. Evite também que a câmara aponte numa direção tal que a chuva, trazida pelo vento, possa incidir sobre a lente da câmara. As gotas de chuva irão aparecer na foto, alem de poderem entrar na câmara e danifica-la. O ideal é ficar o mais longe possível da chuva.
        Observe o céu por uns instantes antes de tentar tirar fotos e procure regiões com grande freqüência de relâmpagos. Tente visualizar a maior região do céu possível, mas sempre inclua um pouco do solo. As melhores fotos sempre incluem um pouco do solo. Outra vantagem e que, no caso de um raio atingir o solo próximo de você, o local da queda ira aparecer na foto.
        Durante o dia, as únicas tempestades que podem dar boas fotos são aquelas próximas a você e com grande freqüência de raios. Fotos durante o dia somente ficarão boas se o relâmpago estiver a menos que cerca de 5 quilômetros. Tempos de exposição em geral devem ser menor que 3 segundos. Conseguir fotos de relâmpagos durante o dia é em geral muito difícil e pode resultar numa grande quantidade de filme perdida. Entretanto, uma boa foto de relâmpago durante o dia pode ser compensadora.
        A noite, não é necessário esperar que os relâmpagos estejam muito próximos para se obter boas fotos. Boas fotos podem ser obtidas de relâmpagos distantes 10 ou mesmo 20 quilômetros. Entretanto, quando os relâmpagos estiverem próximos, em geral as fotos serão mais espetaculares. Fotografar relâmpagos a noite é mais fácil do que de dia. Você pode deixar o obturador aberto por um longo tempo (vários minutos, ou mesmo, em alguns casos, varias dezenas de minutos), de modo que um, dois, três ou mais relâmpagos podem aparecer na mesma foto. Se durante a exposição, ocorrer um relâmpago com bastantes ramificações, pare a exposição. Em geral as ramificações são menos brilhantes, e caso outro relâmpago ocorra elas tendem a ficarem menos visíveis. Caso o relâmpago seja simples, as chances de aparecerem vários ramificações é maior. Avance o filme para a próxima foto se ocorrer um clarão no céu devido a um relâmpago dentro da nuvem.
        A maioria das tempestades, entretanto, ocorre no final da tarde durante o crepúsculo, e durante este período você pode deixar o obturador aberto somente por uns poucos segundos, caso contrario a luz do crepúsculo ira causar sobrexposicao do filme e o relâmpago não aparecera nitidamente na foto.
        Finalmente, fotografar relâmpagos pode ser um tarefa bastante dispendiosa, devido a quantidade de filme usada. Para minimizar este custo, você pode ao revelar as fotos pedir para fazer copias somente daquelas em que o relâmpago aparece. Caso contrario, você terá que pagar por todas as outras fotos, que irão apenas mostrar a mesma cena sem relâmpagos. Entretanto, não esqueça de checar todos os negativos. Algumas vezes a loja que revela as fotos pode se enganar.

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